Advogada e árbitra segue no comando do Centro por mais dois anos, dando continuidade às inovações e aprimoramento das atividades
Por Sérgio Siscaro
Responsável por uma série de inovações que tornaram o CAM-CCBC mais dinâmico e inclusivo nos dois últimos anos, a advogada e atual presidente do Centro, Eleonora Coelho, foi reeleita em abril para ocupar o cargo no biênio de 2021 a 2023. Com isso, ela poderá dar prosseguimento ao trabalho adotado entre 2019 e 2021, que tornou a instituição cada vez mais diversa e sustentável, intensificou sua presença em eventos e iniciativas nacionais e internacionais, e lidou de forma bem-sucedida com o desafio apresentado pela pandemia da Covid-19.
Advogada por formação, Coelho foi eleita presidente pela primeira vez, no início de 2019. Naquela época ela já acumulava considerável experiência em métodos alternativos para solução de controvérsias (ADRs, na sigla em inglês): em 1998, apenas dois anos após o Brasil ter promulgado sua Lei de Arbitragem, ela partiu para a França, onde obteve o mestrado em Contencioso, Arbitragem e ADRs pela Universidade de Paris-2 (Panthéon-Assas).
Voltando ao Brasil, atuou de forma ativa no Comitê Brasileiro de Arbitragem (CBAr), do qual tornou-se vice-presidente entre 2009 e 2013. Quando o Senado reformulou a Lei de Arbitragem, em 2015, Coelho integrou a comissão de juristas que assessorou os parlamentares sobre o assunto. Em seguida ocupou a Secretaria-Geral do CAM-CCBC por quatro anos, até ser eleita como a primeira presidente do Centro em seus 40 anos de história.
Em seu primeiro mandato, Coelho continuou a promover a cultura dos ADRs no Brasil. Sob sua direção, o CAM-CCBC realizou e participou de diversos eventos e competições acadêmicas, tanto no país quanto no exterior – o que contribuiu para fortalecer os laços de parceria com outras instituições que lidam com ADRs ao redor do mundo.
Atuação social
Primeira mulher a ocupar a presidência do CAM-CCBC, Eleonora Coelho promoveu uma série de ações com foco na promoção da diversidade, equidade e transparência. Em seu primeiro mandato, ela teve uma atuação fortemente marcada pela transparência e pela responsabilidade social. Um exemplo disso foi a doação de R$ 300 mil ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), para apoiar as ações da instituição no combate à Covid-19. Os recursos foram obtidos com a conversão dos valores que seriam originalmente destinados ao usual Patrocínio do Centro ao Congresso do CBAr.
Outras iniciativas de cunho social lideradas por Coelho incluíram a arrecadação de doações nos webinars promovidos pelo CAM-CCBC, contribuindo para causas como o Plano de Enfrentamento ao Novo Coronavírus do Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), os trabalhos do Instituto Pró-Saber SP e o Projeto UM.
Mais diversidade
A promoção da diversidade também foi uma grande marca do primeiro mandato de Coelho à frente da presidência do CAM-CCBC. Foram adotadas políticas de inclusão para aumentar o grau de diversidade dentro do Centro – fosse ela de gênero, de raça ou orientação sexual. Em novembro de 2020, quando se comemorou o Mês da Consciência Negra, o Centro distribuiu a suas equipes exemplares do Pequeno Manual Antirracista, da filósofa e ativista Djamila Ribeiro, com reflexões sobre o assunto.
O grande desafio
O surgimento e rápida disseminação do novo coronavírus criou uma situação completamente nova. O impacto da pandemia alterou completamente o dia a dia de governos, instituições, empresas e pessoas em todo o planeta. Diante desse quadro, a reação do CAM-CCBC foi rápida: já no início de março foram estabelecidas as normas e as ferramentas de comunicação digital que permitiram ao Centro manter seu funcionamento durante a pandemia.
Em abril a presidente do CAM-CCBC lançou a Resolução Administrativa 40/2020, que tornava o modelo de comunicação remota obrigatório. O procedimento eletrônico se tornou a regra, não sendo mais necessária a troca de manifestações físicas. . Era a forma de manter o funcionamento do Centro, mesmo com as restrições trazidas pelos protocolos de distanciamento social para se evitar o contágio com o novo coronavírus.
Sempre atenta às mudanças no quadro da pandemia e às recomendações das autoridades médicas, a direção do Centro foi adaptando sua atuação à medida em que a situação fosse mudando – postura que mantém até hoje, dada a persistência da Covid-19 no país. Contudo, com base em sua experiência de um ano de pandemia, o CAM-CCBC tem conseguido não apenas manter suas atividades, mas também aplicar na prática modelos de procedimentos remotos que garantem segurança, agilidade e economia de custos para todas as partes envolvidas.