Evento debateu a importância da inclusão étnica e seu impacto para a sociedade e para o mercado de trabalho, além dos avanços da igualdade de gênero
Por Deborah Oliveira
A segunda edição do Fórum de Diversidade, Equidade e Inclusão, realizado pela Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC), no final de novembro, levou aos presentes uma profunda reflexão sobre dois temas relevantes para sociedade, governos e ambiente corporativo: a inclusão e a diversidade étnica e seu impacto no mercado de trabalho; o poder inspirador das mulheres e os avanços no quinto objetivo de desenvolvimento sustentável da ONU.
Ronaldo Ramos, presidente da CCBC, abriu o evento, que contou com a participação de Kamal Khera, ministra da Diversidade, Inclusão e Pessoas com Deficiência do Canadá, de Caroline Charette, Cônsul Geral do Canadá no Brasil, de Marcia Nejaim, representante da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – APEX Brasil Região Sudeste, de Esther Nunes, coordenadora da comissão de diversidade e inclusão da CCBC.
“Esta é uma oportunidade singular para analisarmos como a diversidade étnica enriquece a trama social e de maneira positiva influência as nossas práticas profissionais. Ainda, o evento ressalta o poder inspirador das mulheres, e celebra não apenas as conquistas, mas nos desafia a apoiar ativamente o caminho em direção à igualdade de gênero, alinhando-nos aos objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU”, afirmou.
Durante o evento, Ramos assinou a carta de adesão com o compromisso pela equidade de gênero da APEX Brasil, e da qual 20 instituições já são signatárias. Ele também relembrou a assinatura pela CCBC, em 2021, do compromisso público com a Women’s Empowerment Principles (WEPs), conjunto de princípios que fornece orientação às empresas sobre como promover a igualdade e a equidade de gênero e o empoderamento das mulheres, protagonizado por Eleonora Coelho, então presidente do Centro de Arbitragem e Mediação da CCBC. Como resultado destas ações, a CCBC foi contemplada com o selo Paulista de Diversidade, em 2022.
Marcia Nejaim, da APEX Brasil Região Sudeste, falou sobre a criação do programa “Mulheres em Negócios Internacionais”, visando aumentar a participação de empresas lideradas por mulheres no portfólio da APEX e no comércio internacional. “Nosso compromisso é pela adoção de boas práticas no dia a dia de negócios com clientes, parceiros e fornecedores, e também a cooperação e determinação de que os cargos de chefia observem a paridade de gênero. São muitos os desafios e é preciso ter um olhar transversal para montarmos uma agenda mais inclusiva”, disse.
Caroline Charete lembrou da parceria entre o consulado e a CCBC para a diversidade e inclusão. “Estes são valores fundamentais para o Canadá e a agenda econômica reflete a convicção de que são necessários para a formação de uma sociedade inclusiva e igualitária. Brasil e Canadá, juntos, podem trabalhar para o futuro e para o incremento dos negócios, ao compartilhar esses valores”, apontou.
Diversidade é um fato, mas inclusão é uma escolha
A ministra da Diversidade, Inclusão e Pessoas com Deficiência do Canadá, Kamal Khera, destacou o compromisso do Canadá com a diversidade e a inclusão por meio de investimentos em iniciativas federais visando abordar o racismo sistêmico no mundo corporativo e setores financeiros. O governo do Canadá já investiu, desde 2019, mais de 200 milhões de dólares na Estratégia antirracismo do Canadá, bem como mais de 600 milhões de dólares em iniciativas centradas no apoio às comunidades negras, em áreas como empreendedorismo, filantropia e capacitação.
Durante sua apresentação, Kamal Khera parabenizou a CCBC pelos seus 50 anos e pelo compromisso em fortalecer as relações bilaterais entre Brasil e Canadá. A ministra apontou as semelhanças entre os dois países, que possuem populações de origens diversas, o que favorece a promoção de práticas empresariais inclusivas. Ela ressaltou que os acertos econômicos, sociais e culturais do país norte-americano acontecem na maioria por conta da capacidade de reunir perfis diversos e aproveitar perspectivas e habilidades múltiplas.
Graças a isso, hoje, as pequenas e médias empresas são consideradas o motor da economia canadense. “Todos os dias, as pequenas e médias empresas tornam nossas comunidades mais vibrantes e fazem a economia canadense crescer. Costumo dizer que no Canadá a diversidade é um fato, mas a inclusão é uma escolha”, ressaltou Kamal Khera.
Entre os programas adotados pelo governo canadense desde o início de sua gestão estão a Secretaria Federal Antirracismo e o desafio 50/30, onde as empresas se comprometem com a paridade de gênero nos cargos seniores e de liderança e uma representação de pelo menos 30% de outros grupos diversos.
“Já temos 25 organizações em todo o Canadá participando deste projeto. É um projeto que precisa envolver todos os setores da sociedade para aumentar as oportunidades para todas as pessoas e a parceria entre Brasil e Canadá, como o recente encontro que tive com a ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, é uma possibilidade para futuros projetos entre os dois países”, refletiu.
Confira abaixo alguns registros da 2ª edição do Fórum de Diversidade, Equidade e Inclusão:
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