Missões comerciais da CCBC ao Canadá superam expectativas no 1º semestre

Empresários brasileiros de diferentes setores e segmentos tiveram a oportunidade de conhecer o mercado canadense, além das vantagens de exportar para a América do Norte

Por Marcel Salim

A Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC) promoveu no decorrer do primeiro semestre de 2024 diversas missões ao Canadá para conectar executivos brasileiros ao ambiente de negócios canadense. As iniciativas foram fundamentais para aproximar o empresariado de ambos os países, além de estimular a internacionalização de empresas.

Entre janeiro e junho, ocorreram no total 4 missões comerciais. Foram elas: a SIAL – que levou representantes de empresas brasileiras para a maior feira de alimentos e bebidas da América do Norte; a Prospectors & Developers Association of Canadá (PDAC), principal convenção de mineração do mundo e que costuma receber cerca de 30 mil participantes; a Upper Bound -que reúne anualmente estudantes, acadêmicos e profissionais de negócios para discutir o futuro da inteligência artificial; e a conferência canadense C2, considerada um dos maiores eventos globais de inovação.

No caso da Sial, ocorrida em maio deste ano na cidade de Montreal, a CCBC levou ao Canadá 27 representantes de 18 empresas brasileiras oriundas de diversos estados do Brasil. Produtos como açaí, chocolate, café, polpas congeladas, açúcar, castanhas, mel e própolis, dentro outros, foram algumas das apostas de exportadores brasileiros para cativar o paladar canadense.

A iniciativa da CCBC não se limitou apenas a presença na feira. Ocorreram também centenas de reuniões em rodadas de negócio previamente agendadas com compradores, além de visitas técnicas e eventos de networking. A estimativa é de que US$ 1,006 milhão em negócios foram realizados durante o evento. Para os próximos 12 meses, a expectativa é de que os acordos firmados cheguem até US$ 5,5 milhões em ganhos.

Mineração a todo vapor

Neste ano, a delegação da CCBC na PDAC, ocorrida em março, contou com 17 pessoas, entre representantes de projetos minerais e prestadores de serviços ligados ao setor, que tiveram a oportunidade de fazer contatos com importantes players da mineração mundial. Foram mais de 35 reuniões agendadas dentro da feira e também em locais externos.

No Brasil, o evento pós-PDAC ocorrido no Chapter Brasília da CCBC debateu o lançamento do Fundo de Investimentos (FIP) em Minerais Estratégicos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e Ministério de Minas e Energia (MME).

Flávio Mota, chefe do Departamento de Indústrias de Base e Extrativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), detalhou as características do novo fundo que está em fase de escolha do gestor. A estimativa do governo brasileiro é mobilizar até R$ 1 bilhão em investimentos, sendo R$ 250 milhões em aportes do próprio banco. Os 75% restantes devem ser integralizados por investidores nacionais.

C2 e Upper Bound

Dois grandes eventos que envolvem tecnologia também integraram as missões comerciais da CCBC no 1º semestre. Representantes de grandes corporações, como da Klabin e da MasterLab, correspondente de câmbio da Ouribank, instituição com mais de quatro décadas de experiência no mercado de câmbio, participaram da C2, conferência realizada em maio em Montreal e que reuniu algumas das mentes mais brilhantes do mundo para compartilhar suas paixões por criatividade, inovação e liderança.

O segundo evento foi o Upper Bound, totalmente focado no universo da inteligência artificial. Os participantes tiveram a oportunidade de visitar diversas instituições, como a Universidade de Alberta, a aceleradora de startups Amii e a Nanofab, uma das principais instalações de micro e nanofabricação do Canadá.

Raio-X

Em média, a CCBC realiza oito missões comerciais do Brasil para o Canadá a cada ano, relacionadas a diferentes temas: inteligência artificial, alimentos e bebidas, mineração, Indústria 4.0, cidades inteligentes, inovação em saúde e sistema médico-hospitalar, tecnologias limpas, transição energética e até economia criativa.

Para a segunda metade de 2024, a expectativa é de uma agenda de encontros ainda mais intensa. “São oportunidades únicas em que os empresários brasileiros ganham todo auxílio e suporte para internacionalizem seus negócios, além de poderem utilizar o Canadá como porta de entrada para seus produtos na América do Norte, Europa e, até mesmo, Ásia”, destaca Daniella Leite, diretora de Associados e Novos Negócios da CCBC.

 Em 2023 foram realizadas cinco missões com a participação de 44 empresas. No período foram gerados mais de US$ 600 mil (+ de R$ 2,2 milhão) em negócios e a perspectiva para os próximos 12 meses situou-se em US$ 7,4 milhões (cerca de R$ 27 milhões).