Atenção às normas sanitárias, para componentes e/ou ingredientes de mercadorias, e exigências de embalagem são fatores chave para sucesso da exportação
Por Sérgio Siscaro
Após detalhada pesquisa, o mercado de destino para suas exportações já foi definido, e seu produto tem boas chances de aceitação pelos consumidores locais. Mas, antes de embarcá-lo, é necessário ter certeza de que está em conformidade com as regras do país importador. Normas sobre composição e até sobre a embalagem exigem atenção redobrada do exportador para as exigências da legislação de cada mercado internacional onde pretenda ter sua marca comercializada.
Olhar atento na legislação específica
“Em setores mais restritivos, que têm uma regulamentação um pouco mais específica, é necessário ajustar o produto de acordo com os requisitos estabelecidos pela autoridade sanitária local. É bom sempre ter em mente que a avaliação regulatória impacta bastante na operação. Assim, antes de qualquer ação, deve-se buscar essas informações”, afirma a gerente de exportação da BioLab Farmacêutica, Laura Gomes.
Segundo ela, fatores como os percentuais permitidos para determinado ingrediente do produto a ser exportado, por exemplo, podem definir como ele será classificado pelas autoridades estrangeiras. “Às vezes, um alimento pode conter 10% a mais de um determinado componente, e passa a ser considerado um medicamento pela autoridade sanitária do país”, afirma, acrescentando que possíveis limitações de entrada a determinados componentes podem inviabilizar a liberação de uma mercadoria.
Marca e embalagem
Além de atender aos requisitos técnicos, é necessário ainda estar atento para a própria marca do produto. “É possível acontecer de sua marca conter alguma palavra que tem outra interpretação no país de destino, e pode ter uma conotação negativa. É necessário fazer uma pesquisa de mercado para verificar se a marca escolhida tem boa aceitação. Ou seja, deve-se conhecer a cultura do mercado no qual se pretende ingressar, os hábitos de seus consumidores e, claro, a legislação regulatória pertinente ao produto”, pondera Laura Gomes.
A embalagem do produto também deve ser adaptada, contendo todas as informações exigidas pela regra local e características daquele mercado. “No caso do Canadá, por exemplo, um produto exposto na gôndola do supermercado deve ter informações escritas tanto em francês quanto em inglês”, revela o gerente de desenvolvimento de negócios do Grupo V. Santos e coordenador da Comissão de Comércio Exterior da CCBC, Fernando Marques. Outro ponto importante é adaptar a embalagem de forma específica para atender às exigências daquele consumidor. “Isso demanda um estudo muito aprofundado, ao qual o exportador precisa dedicar tempo, paciência e bastante planejamento para poder desenvolver”, avalia.
Investimento
A pesquisa minuciosa pode demandar um investimento inicial que o potencial exportador não esperava ter de efetuar inicialmente, mas acaba se revelando parte essencial do planejamento da operação de entrada em mercados externos. “Estudar todos os detalhes do mercado local, suas normas e avaliar se o produto terá uma boa aceitação são etapas importantes, que não podem ser desmerecidas. É possível também buscar apoio de uma instituição setorial, uma câmara de comércio ou mesmo da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex-Brasil, e, a partir daí, participar de feiras e missões internacionais”, complementa Laura Gomes, da Biolab.
Conheça os erros mais comuns na adequação de produtos para exportação:
- Não pesquisar com detalhe as especificidades do mercado de destino, em especial as exigências determinadas pela legislação no que se refere à permissão de entrada de produtos ou componentes;
- Ignorar as peculiaridades culturais daquele mercado;
- Não adaptar a embalagem do produto de forma a atender às expectativas do consumidor local.
Quer saber mais sobre adaptação do seu produto ao mercado canadense? Consulte a CCBC: [email protected]
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