A taxa de câmbio entre o dólar americano e o real até o terceiro semestre de 2024 mantém uma tendência de desvalorização da moeda brasileira, assim como observado no primeiro semestre. A partir de julho de 2024, houve um aumento de 13,36% na desvalorização do real, comparado ao mesmo período de 2023, fechando o terceiro trimestre com uma cotação média de R$ 5,55 por USD.

Quando analisada a taxa de câmbio do real para o dólar canadense (CAD), observa-se a mesma tendência de desvalorização contínua. Assim como em relação ao dólar americano, o real também se desvalorizou ainda mais frente ao CAD a partir de julho. No terceiro trimestre de 2024, a conversão de CAD para real fechou em R$ 4,09, representando um aumento de 10,76% em relação ao mesmo período de 2023. Os níveis de desvalorização impactaram diretamente o aumento das exportações brasileiras para o Canadá e, inversamente, as importações brasileiras de produtos canadenses.

Ao comparar a participação do Canadá com o restante do mundo nas importações de produtos brasileiros, observa-se que, até o terceiro trimestre de 2024, o Canadá contribuiu com 1,74% do total, um aumento em relação ao mesmo período de 2023. No sentido inverso, a participação das importações brasileiras provenientes do Canadá cresceu de 1,5% para 1,1% no mesmo intervalo.

Ao analisar as exportações brasileiras ao Canadá até o terceiro semestre de 2024, nota-se que a tendência de crescimento vista nos últimos ano se manteve, sendo que o atual semestre supera os níveis de 2023, ano em que o Brasil bateu recorde de exportações ao Canadá na história.

Em especial, até o terceiro semestre de 2024 foi vista a manutenção da predominância dos itens vindos da extração mineral (bulhão dourado, cobre, bauxita); do agronegócio (café verde em grãos, açúcar, carne de frango e suínos) e da indústria da transformação (óxido de alumínio, aeronaves, maquinário).

Dentre os maiores crescimentos no período, destaca-se o crescimento nas exportações de estanho, café verde, carne suína, e alumina calcinada que são commodities. Itens industriais como transformadores de dielétrico, pneumáticos e motores elétricos também tiveram bons níveis de crescimento no semestre.

Ao analisar as importações brasileiras de produtos canadenses até o terceiro trimestre de 2024, observa-se uma redução no valor de alguns itens, como componentes de adubos e máquinas agrícolas. Essa queda pode ser atribuída a uma combinação de fatores, entre eles a desvalorização do real em relação a outras moedas, o que encarece os produtos canadenses para o mercado brasileiro.

Em especial, até o terceiro semestre de 2024 notada -se a predominância das importações de itens vindos da indústria química e farmacêutica (plásticos e medicamentos); de veículos, suas partes e máquinas (helicópteros, turborreatores e turbinas).

Pode ser dito que no semestre, houve um grande crescimento nas importações de veículos e suas partes, como turbinas, helicópteros e aviões. Ainda os itens da indústria como instrumentos de medida e controle, plásticos, papel e preparações alimentícias tiveram melhor desempenho em 2024 que em 2023, até o momento.

Dentre os países que mais investem no Brasil, o Canadá está atualmente como o 11º principal investidor estrangeiro. O valor apresentado em 2022 é cerca de 18% maior do que o ano anterior, significando que os canadenses têm percebido maior confiança no ambiente brasileiro de investimentos. As indústrias extrativas como mineração, papel e celulose e outras seguem sendo o setor preferido dos investidores canadenses, seguido de perto por atividades financeiras.

Dentre os países em que os brasileiros mais investem, o Canadá está como o 15º principal destino, subindo duas posições em relação a 2022. O valor apresentado no ano anterior foi cerca de 20% menor do que é atualmente, tendo os brasileiros investido mais em alguns países europeus e sul-americanos. As atividades financeiras e outros serviços têm amplo destaque nos investimentos brasileiros no Canadá, mas em 2023 houve grande crescimento no investimento em atividades científicas e técnicas, de US$ 20 milhões para US$ 117 milhões.  Também em destaque há o investimento nas indústrias da transformação como maquinários e aeronaves possuindo cerca de 5%.