CAM-CCBC intensifica ações e comemora Mês da Consciência Negra com iniciativas para conscientizar colaboradores
Por Sérgio Siscaro
A diversidade é um tema que vem ganhando cada vez mais espaço – seja nas relações em ambiente de trabalho ou na promoção de oportunidade iguais a todos, promovendo o combate firme a quaisquer formas de discriminação. Recentemente, a discussão sobre o racismo estrutural existente na sociedade brasileira vem se destacando nesses debates, gerando questionamentos e exigindo ações efetivas por parte da iniciativa privada e de organizações públicas.
O CAM-CCBC tem se destacado por sua atuação constante na promoção da diversidade – seja ela de gênero, de raça ou orientação sexual. O Centro possui um histórico de políticas afirmativas de inclusão e de conscientização de seus colaboradores e, de forma mais ampla, trabalha para a divulgação destes valores na comunidade que atua com métodos alternativos para a solução de controvérsias (ADRs, em inglês).
Recentemente a equipe foi fortalecida com a contratação de três advogadas negras. “A diversidade é imprescindível para uma atuação ética e legítima, e o CAM CCBC está profundamente comprometido com sua implementação, tanto internamente como no âmbito da comunidade dos ADRs como um todo. Que sejamos a mudança que queremos ver no mundo”, avalia a presidente do Centro, Eleonora Coelho.
Material para reflexão
Em novembro, quando se comemorou o Mês da Consciência Negra, o Centro distribuiu aos seus colaboradores exemplares do livro Pequeno Manual Antirracista, da filósofa e ativista Djamila Ribeiro – uma ação institucional que teve o objetivo de estimular o diálogo sobre diversidade racial no campo dos ADRs. Na obra, Ribeiro apresenta reflexões sobre as relações raciais, buscando destrinchar as formas pelas quais o racismo permeia a sociedade brasileira, convocando todos os indivíduos a assumir um papel ativo na luta contra a discriminação.
Em um texto que acompanhou os livros entregues aos colaboradores do CAM-CCBC, as assistant case managers Monique Rodrigues do Prado e Haydée Paixão Fiorino Soula, advogadas com histórico de engajamento do movimento antirracista, destacam como a discussão é relevante para os profissionais da área. “O setor de ADRs não está isento das complexidades étnico-raciais”, salientam, lembrando do célebre caso de arbitragem do rapper e empresário Jay-Z, que ao iniciar um procedimento perante a American Arbitration Association (AAA), denunciou a falta de representatividade étnico-racial na lista de árbitros da instituição.
Luta antirracista
Uma importante iniciativa do CAM-CCBC para disseminar sua cultura de diversidade foi uma palestra virtual, realizada em novembro, com a CEO da consultoria Uzoma Diversidade, Educação e Cultura, Elizabete Scheibmayr. Com o tema “Por quê é tão difícil falar sobre racismo”, a palestrante – que também lidera o comitê de diversidade do Grupo Mulheres do Brasil – compartilhou seu conhecimento sobre igualdade racial e o histórico de luta da população negra.
O evento foi uma das ações coordenadas pelo comitê interno Diversidade em Ação, da CCBC e do CAM-CCBC, e contou com a participação ativa das assistant case managers Prado e Soula. Durante a palestra, Scheibmayr abriu espaço para que os participantes negros pudessem se manifestar ativamente, relatando suas histórias – o que tornou o webinar uma experiência mais próxima dos colaboradores do Centro.
Mais conscientização
Outra importante iniciativa do Centro é o Projeto Diversidade, que vem sendo estruturado para elevar o grau de conscientização dos participantes da comunidade de ADRs sobre a necessidade de engajamento em ações afirmativas que promovam a diversidade. A iniciativa caminha ao lado de outras ações semelhantes, de âmbito internacional, como o ArbitralWomen e o WWA Latam. Além disso, o Projeto Diversidade também está alinhado com o compromisso Equal Representation in Arbitration (ERA) Pledge, assinado pelo CAM-CCBC em 2018 e que busca incentivar a diversidade na atividade arbitral.